Educação
Morre aos 85 anos o sociólogo Luiz Werneck Vianna
O intelectual é autor de diversas obras, entre elas ‘Liberalismo e sindicato no Brasil’
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2024/02/Sem-Título-10-2.jpg)
Morreu nesta quarta-feira 21, aos 85 anos, o sociólogo Luiz Werneck Vianna.
Ele se graduou em Direito (1962) pela atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro e em Ciências Sociais (1967) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Posteriormente, obteve seu doutorado pela Universidade de São Paulo.
O sociólogo é autor de diversas obras, entre elas Liberalismo e sindicato no Brasil, A revolução passiva: iberismo e americanismo no Brasil, e Democracia e os três poderes no Brasil.
No início dos anos 1960, Vianna ingressou no Partido Comunista Brasileiro, experiência que ele definiria como uma “universidade viva”.
Após a graduação em Ciências Sociais, sob a ditadura militar instalada em 1964, passou a sofrer perseguição do regime e chegou a responder a cinco inquéritos policiais-militares. No fim de 1970, partiu para o exílio no Chile. Ele retornou um ano depois e foi detido por seis meses.
Ao deixar a prisão, além de iniciar seu doutorado em Sociologia pela USP, começou a trabalhar no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, o Cebrap.
Luiz Werneck Vianna trabalhou em diversas instituições universitárias. Por três décadas, foi professor do IUPERJ e atualmente era professor do Departamento de Sociologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Em nota, a PUC-Rio lamentou a morte: “Luiz Werneck Vianna foi um intelectual de grande relevância para o campo da sociologia e para a comunidade acadêmica como um todo. Seu legado se estende nas orientações de muitas gerações, estudos e reflexões sobre a sociedade brasileira, onde deixou uma marca indelével na história do pensamento social no Brasil”.
O Observatório das Metrópoles, um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sediado na UFRJ, afirmou que a morte de Werneck “deixa um vazio imenso no campo das ciências sociais brasileiras e latino-americanas”.
Já a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais – da qual o sociólogo foi presidente – declarou que “seu legado intelectual para as Ciências Sociais é inestimável e seguirá inspirando reflexões sobre o Brasil do passado e do presente”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.