Sociedade

Morre moradora do Complexo do Alemão baleada nesta sexta; vítimas após operação chegam a 19

Moradores afirmam que Solange Mendes foi atingida por um tiro de fuzil disparado por um policial. A Polícia nega a versão

Créditos: Divulgação
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Uma mulher morreu após ser baleada na manhã desta sexta-feira 22 no segundo dia de uma operação policial no Complexo do Alemão, zona norte da cidade do Rio de Janeiro. A vítima é Solange Mendes, de 49 anos. Moradora do local, ela foi atingida, segundo moradores, por um tiro de fuzil disparado por um policial. A polícia nega a versão.

Informações publicadas pelo Voz das Comunidades, com base em relatos de moradores, apontam que a mulher foi atingida por um tiro na cabeça, na Alvorada, durante uma ação da UPP da Nova Brasília que tinha como objetivo a remoção de uma barra de concreto. Segundo vizinhos, Solange foi baleada por um policial que se assustou quando a moradora passava no beco.

Ainda de acordo com relatos, um policial teria escondido o rosto de Solange, para que pessoas ao redor não conseguissem identificá-la.

A Polícia disse em nota à reportagem de CartaCapital que a UPP Nova Brasília, no Complexo do Alemão, foi atacada por criminosos que dispararam com armas de fogo. Afirmou, ainda, não ter havido confronto com os policiais militares no local.

“Após cessar o ataque criminoso, uma mulher foi encontrada ferida e foi socorrida pelos policiais militares para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. A investigação do caso está a cargo da Polícia Civil”, declarou a corporação.

Até o momento, são 19 os mortos no Complexo do Alemão em consequência da operação policial, que já é a quarta mais letal da história do Rio de Janeiro.

Nesta sexta, em entrevista à TV Globo, o porta-voz da PM, o tenente-coronel Ivan Blaz, disse que a operação exauriu em apenas duas horas toda a munição do Bope. Segundo ele, a PM disparou nesse período mais balas que na operação no Complexo do Salgueiro, em novembro, quando as equipes ficaram uma noite inteira em combate. Nove pessoas morreram naquela ação.

Entre as vítimas do Complexo do Alemão,estão 16 “suspeitos”, o cabo Bruno de Paula Costa e a moradora Letícia Marinho.

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