A Ouvidoria do Ministério Público do Rio de Janeiro recebeu, até a tarde desta quarta-feira 31, 690 denúncias contra Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves, que gravaram um vídeo entregando uma banana e um macaco de pelúcia para crianças negras.
As peças foram encaminhadas para a 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da capital para investigação e adoção das medidas cabíveis.
Mãe e filha também são investigadas pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.
A denúncia nas redes sociais partiu de um vídeo da advogada Fayda Belo, no qual ela explica que o episódio caracteriza “racismo recreativo”, por discriminar pessoas negras para fins de entretenimento, além de violar o Estatuto da Criança e do Adolescente.
No vídeo, Belo pediu que os seguidores denunciassem o caso, o que gerou uma forte mobilização. “O racismo recreativo incita a discriminação e tira de nós, pessoas negras, o status de pessoa. Nos animaliza e nos desumaniza. Seguirei com a denúncia dentro da lei”, disse ela, em nota.
Segundo Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves, os vídeos “não tinham intenção de fazer qualquer referência a temáticas raciais ou discriminação de minorias”. Em nota, escrita pelo advogado de defesa, Adriano Bacelar, é dito ainda que elas “têm sido defensoras ativas da igualdade racial” em seus canais, que somam mais de 1 milhão de seguidores.
“As publicações em questão foram retiradas de contexto e interpretadas de maneira distorcida. As influenciadoras não tiveram a intenção de promover o racismo ou ofender qualquer indivíduo ou grupo étnico”, afirma Bacelar.
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