Sociedade

Operação da Polícia Militar em Guarujá deixa ao menos 10 mortos, diz Ouvidoria

Chamada de ‘Escudo’, a ação é uma resposta à morte de um soldado da Rota. Moradores relatam torturas

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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Uma operação da Polícia Militar em Guarujá, no litoral de São Paulo, deixou pelo menos dez mortos desde a última sexta-feira 28. A informação foi divulgada neste domingo 30 pelo jornal Folha de S.Paulo, com base em dados da Ouvidoria das Polícias.

Segundo o ouvidor Cláudio Aparecido da Silva, o número de mortes pode chegar a 12. A Operação Escudo é uma resposta à morte de um soldado da Rota, força de elite da PM paulista, na última quinta 27.

Na noite de sexta, o vendedor ambulante Felipe Vieira Nunes, de 30 anos, foi morto com nove tiros. Ao jornal, moradores da favela da Vila Baiana dizem ter ouvido gritos durante uma sessão de tortura. O homem foi encontrado pela família com queimaduras de cigarro, um ferimento na cabeça e um corte no braço.

“Estamos recebendo muitas denúncias de moradores aterrorizados, denúncias inclusive de que há duas favelas sendo sitiadas pela polícia e que o comentário dos policiais é que eles vão matar 60 pessoas. Há relatos de policiais invadindo casas usando máscaras”, disse o ouvidor Cláudio Aparecido da Silva.

A versão oficial da Rota é de que o ambulante teria mudado de direção ao avistar a viatura e feito menção de sacar uma arma. Na sequência, teria atirado em direção aos policiais, antes de ser atingido por nove disparos. Os agentes alegam ter apreendido uma pistola e porções de maconha com Nunes.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, “até o momento não foram constatados abusos por parte da polícia, que segue, na Operação Escudo, os mesmos protocolos de ação preconizados pela corporação”.

A pasta informou, porém, que denúncias de abuso serão investigadas.

Na noite deste domingo, o governador Tarcísio de Freitas declarou nas redes sociais que “o autor do disparo que matou o soldado Reis, no Guarujá, acaba de ser capturado na Zona Sul de São Paulo”. Disse ainda que “nenhum ataque aos nossos policiais ficará impune”.

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