Economia

PF deflagra operação contra ex-diretores das Lojas Americanas

Agentes cumprem 2 mandados de prisão preventiva contra executivos que teriam participado da fraude bilionária da varejista

Foto: Divulgação
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A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira 27, uma operação que mira o ex-diretores das Lojas Americanas. Batizada de operação Disclosure, a ação visa prender dois executivos envolvidos na fraude bilionária na varejista.

Os agentes da PF, acompanhados pelo Ministério Público Federal, cumprem, também, outros 15 mandados de busca e apreensão. Um sequestro de bens também foi determinado. O valor total a ser bloqueado ultrapassa os 500 milhões de reais.

Como a operação ainda está em andamento, a PF não revelou oficialmente o nome dos alvos. A indicação, porém, é de que Miguel Gutierrez, ex-CEO das Lojas Americanas, seja o alvo principal da operação.

Segundo a TV Globo, no entanto, o ex-diretor está na Espanha desde a revelação do escândalo fiscal e, por isso, não teria sido encontrado em seu endereço no Rio de Janeiro. Seu nome, indicam agentes ao canal, deve ser incluído na lista de procurados pela Interpol.

Anna Christina Ramos Saicali, ex-diretora da Americanas, é a segunda procurada pela PF. Ela ainda não foi encontrada e também é considerada foragida.

Segundo o jornal O Globo, ela teria deixado o Brasil no último dia 15 rumo a Portugal. Ela também deve ser incluída na lista da Interpol.

Em nota, a PF detalhou, sem citar nomes, as suspeitas contra os ex-executivos da empresa:

“Os ex-diretores praticaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, que consiste em uma operação na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos. Também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.”

Ainda de acordo com a corporação, os então diretores da Americanas teriam praticado o crime de manipulação de mercado, usando informação privilegiadas. Eles são acusados, por fim, de formarem uma associação criminosa para promover a lavagem de dinheiro.

A Americanas ainda não comentou a operação deflagrada nesta quinta-feira.

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