Sociedade

Polícia apura como homicídio o caso de jovem encontrado morto após abordagem de agentes no RS

A causa da morte de Gabriel Cavalheiro ainda não foi revelada. A polícia aguarda análise do Instituto Geral de Perícias

Créditos: Arquivo pessoal
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A Polícia Civil investiga como homicídio a morte do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos. Ele foi encontrado morto após ser abordado por agentes da Brigada Militar em São Gabriel (RS). O corpo foi sepultado no domingo 21.

O delegado Fábio Motta Lopes indicou ao portal G1 duas linhas de investigação: homicídio doloso direto, caso o jovem tenha sido morto pelos agentes policiais, ou homicídio por dolo eventual, caso reste comprovado que os agentes assumiram riscos ao deixá-lo sozinho em algum local.

Cavalheiro desapareceu em 12 de agosto e teve o corpo encontrado sete dias depois. A abordagem do jovem ocorreu depois de uma vizinha acionar a Brigada Militar. Ela relatou que estava em casa, na companhia de uma filha e uma enteada, quando Cavalheiro parou na grade de seu terreno gritando seu nome. Alegou ainda que o jovem forçava o portão para entrar e que, por não reconhecê-lo, chamou a polícia. Os agentes afirmaram que Cavalheiro foi deixado em uma região conhecida como Lavapés, no interior do município.

O jovem morava em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e estava em São Gabriel hospedado na casa de um tio para cumprir serviço militar obrigatório. Segundo relato da advogada, Cavalheiro havia saído para tomar uma cerveja.

Os três policiais envolvidos na abordagem estão presos a pedido da Corregedoria da BM à Justiça Militar por suspeita de envolvimento no crime. A causa da morte ainda não foi revelada e a polícia aguarda análise do Instituto Geral de Perícias. De acordo com o delegado, não havia sinais evidentes de execução.

Os policiais supostamente envolvidos já haviam sido alvos de Inquérito Policial Militar, segundo informações fornecidas pelo comandante-geral da Brigada Militar, coronel Claudio dos Santos Feoli, à Rádio Gaúcha, na segunda-feira 22. Uma passagem se refere a abuso de autoridade e outras são relativas à caserna.

Feoli disse ainda que antes mesmo da confirmação da morte de Cavalheiro já havia provas concretas para enquadrar os policiais pelo crime de fraude processual, por “não observância de um procedimento operacional padrão”, o que já motivou o afastamento das atividades, o pedido de prisão preventiva e a apreensão de celulares. Os aparelhos serão periciados no âmbito do inquérito em curso.

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