A Polícia Civil informou, nesta terça-feira 24, que prendeu preventivamente Adriana Alves Dutra, agente de fiscalização do Carrefour que aparecia filmando o espancamento até a morte de João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos, em uma unidade da rede em Porto Alegre (RS).
Segundo a diretora do Departamento de Homicídios, a delegada Vanessa Pitrez, a Polícia acredita que a mulher teve participação decisiva nas agressões sofridas por João Alberto, porque ela teria um poder de comando sobre os dois seguranças. “A lei contempla como coautora a pessoa que tem poder de evitar e não o fez”, disse Pitrez.
Um motoboy que filmava a cena também afirma ter sido coagido pela funcionária a interromper o registro.
Os dois seguranças envolvidos no caso, Magno Braz Borges, de 30 anos, e Giovane Gaspar da Silva, de 24, que também é policial militar temporário, foram presos em flagrante na noite do crime. No dia seguinte, a Justiça converteu a prisão de ambos em preventiva.
A Polícia Civil também apura se Adriana mentiu no depoimento que prestou sobre a morte de João Alberto. Ela disse inicialmente que o PM preso pelo crime seria um cliente da loja, não um funcionário da empresa terceirizada que o Carrefour contratou para fazer a segurança. Adriana também declarou às autoridades não ter ouvido a vítima pedir ajuda, embora as gravações mostrem os gritos de João Alberto.
Ainda de acordo com a Polícia, sete pessoas são investigadas no inquérito que apura a morte de João Alberto.
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