Sociedade

População carcerária tem recorde histórico durante a pandemia

Especialistas afirmam que o crescimento de furtos durante a pandemia pode explicar aumento do aprisionamento no País

Créditos: EBC
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Em dois anos, total de presos no Brasil aumentou 7,6% entre abril de 2020 e maio deste ano. Foram em média 61 mil pessoas privadas de liberdade no período. Os dados são do Conselho Nacional de Justiça. 

As consequências da pandemia de Covid-19, como o desemprego e a fome, são apontados por especialistas como um dos principais motivos do crescimento exponencial da população carcerária no País. 

Segundo o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), a população carcerária atual é a maior já registrada pelos sistemas oficiais. 

Ao todo são 919.951 pessoas em situação de cárcere, sendo 867 mil homens e 49 mil mulheres. Os dados apontam um índice de 434 presos para cada 100 mil habitantes. 

Ainda pesa o fato que outros 352 mil mandados de prisão estão sem cumprimento, sendo 24 mil pessoas consideradas foragidas no País. 

Com o novo recorde, o Brasil se mantém no terceiro lugar do ranking dos países que mais prendem no mundo, perdendo apenas para a China e os Estados Unidos. 

O levantamento ainda aponta um maior encarceramento de mulheres no período. Em 2000 haviam 5,6 mil mulheres presas no País, atualmente são 33 mil. Entre os crimes mais praticados então os relacionados a drogas e crimes contra o patrimônio, como furto e roubo. 

Os dados ainda ressaltam uma superlotação do sistema carcerário. Em dezembro de 2021 existiam apenas 466.529 vagas em presídios, para uma população prisional que se aproxima de um milhão de pessoas. 

Especialistas afirmam que o maior índice de aprisionamento não gera segurança social, e sim demonstram um conjunto de falhas de políticas públicas quanto a repressão e segurança pública. 

Houve também um aumento nos índices de furto famélico, quando as pessoas furtam para comer. 

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