A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, órgão ligado do Ministério Público Federal, repudiou as declarações do presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo, sobre o assassinato do congolês Moïse Kabagambe. A PFDC também demandou do MPF a apuração da conduta nas esferas civil, criminal e administrativa.
“Causa espécie o fato de que, antes mesmo de qualquer conclusão dos órgãos responsáveis a respeito da motivação que levou ao crime em questão, uma autoridade pública nacional afirme categoricamente, sem qualquer embasamento, que o racismo não teve qualquer relação com o fato”, afirmou o procurador federal dos Direitos do Cidadão, Carlos Alberto Vilhena.
Camargo, em uma publicação nas redes sociais, chamou Moïse de “vagabundo”.
Em ofício enviado ao MPF, Vilhena pediu a apuração da conduta do bolsonarista ao ofender Moïse. A legislação brasileira defende a honra mesmo após a morte da vítima.
Vilhena ainda aponta que as atitudes de Camargo são contrárias à finalidade prevista para a fundação que preside: a promoção “da preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira”.
Citando outros episódios contraditórios protagonizados por Camargo, o documento ainda pontua que “os discursos odiosos e ressentidos fazem parecer que a última intenção de Camargo seja concretizar os objetivos legalmente impostos à entidade”.
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