Servidores da segurança, alguns armados, protestam em Minas por recomposição salarial

O grupo tenta pressionar o governador Romeu Zema, do Novo, a cumprir o que a categoria considera um compromisso de reposição de perdas inflacionárias

O governador Romeu Zema. Foto: Divulgação/Novo

Apoie Siga-nos no

Servidores das Forças de Segurança de Minas Gerais protestam nesta segunda-feira 21 no centro de Belo Horizonte. Eles reivindicam recomposição salarial de policiais militares e civis e agentes socioeducativos.

O grupo tenta pressionar o governador Romeu Zema, do Novo, a cumprir o que a categoria considera um compromisso de reposição de perdas inflacionárias.

No início de 2020, o governo estadual encaminhou à Assembleia Legislativa um projeto de lei que previa recomposição de 41% aos profissionais da segurança pública, dividida em três parcelas.

Em nota, o governo de Minas afirmou que “com a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, projeto que aguarda análise da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o Estado terá condições de aplicar a recomposição da inflação nos salários de todas as categorias do funcionalismo público, e dar continuidade ao pagamento das dívidas herdadas, como os repasses para os municípios e os depósitos judiciais”.

Segundo relato do jornal O Estado de Minas, diversos servidores presentes na manifestação desta segunda portam armas de fogo de forma visível. O veículo diz ter identificado pelo menos oito manifestantes com armas à mostra e mais de dez que aparentavam ter armas por baixo da roupa.

Ao jornal, o deputado estadual Sargento Rodrigues (PTB) declarou que “a paciência acabou”.


“Sempre a mesma ladainha. Mesma chorumela. Dizem que precisam aderir ao regime de recuperação fiscal para poder dar a recomposição. Acabou a paciência. Chega. Ou dão o reajuste prometido ou a segurança pública vai dar uma resposta à altura. Se não negociar, a polícia vai parar”, afirmou Rodrigues.

Em nota, o Corpo de Bombeiros disse que o protesto dos servidores é “legítimo e respeita a liberdade de manifestação”.

Ainda no último sábado 19, o comandante geral da PM de Minas, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, emitiu um comunicado em que classificou a mobilização como “evento legítimo, inclusive com a participação de quem ombreia na ativa ou ombreou o bom combate (veteranos e da reserva) e estabeleceu alicerces para estarmos onde estamos”.

“No entanto, cuidemos para que nenhuma ação retire o brilho do respaldo que a nossa instituição conquistou até hoje, inclusive reconhecida como patrimônio do povo mineiro. Qualquer ato que saia do campo de uma manifestação pacífica poderá fazer com que a nossa marca seja apedrejada e dificulte a manutenção de nossa sustentabilidade”, diz ainda a nota.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.