Superalimentos no ‘The Wall Street Journal’

O que acontece no Ocidente é que, como no Oriente, os produtos alimentícios estão se confundindo com os medicamentos, tendo a vantagem de serem naturais

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Quando os chamados superalimentos como a quinoa, a chia, o brócolis e o açaí chegam a merecer um artigo escrito por Tony C. Dreibus publicado no The Wall Street Journal, veículo de comunicação considerado um dos mais importantes especializado em assuntos econômicos no mundo, é porque esta onda do seu consumo tornou-se relevante, extravasando as áreas da nutrição e da saúde.

É evidente que suas produções e comercializações passaram a ocupar também lugares de importância econômica, inclusive no comércio internacional com justificadas razões por beneficiarem pequenos produtores. A quinoa de origem andina ocupa hoje posição de destaque entre todos eles. A divulgação destes assuntos é mais frequente nas revistas e programas de TV que veiculam cuidados preventivos de saúde, notadamente os relacionados com os potenciais obesos e os idosos.

Como um consumidor habitual da quinoa combinada com a chia, manifesto que me sinto recompensado pessoalmente na contenção da tendência à obesidade com o avanço da idade, notadamente no ventre, que parece ser onde as gorduras mais inconvenientes costumam se acumular, segundo informações médicas. Também acrescentaria a famosa berinjela, considerada por muitos como extremamente benéfica à saúde humana de forma semelhante com os demais mencionados, notadamente para evitar problemas circulatórios.

O que era um negócio que envolvia os supermercados de luxo e lojas de produtos naturais hoje passou a ser de consumo geral, e suas vendas decolaram nos últimos cinco anos, notadamente nos Estados Unidos, fazendo parte de cadeias de lojas gerais como a Walgreens e Piggly Wiggly. A Quinoa Corp., proprietária da marca deste produto naquele país espera que suas vendas neste ano dobrem com relação ao de 2012, segundo aquele jornal. No Brasil, eles são encontrados hoje na maioria dos supermercados até mais simples, atraindo muitos consumidores preocupados com a sua saúde.

A quinoa é considerada um titã entre os chamados superalimentos, com extraordinários benefícios nutricionais, com elevada taxa de antioxidante ou Omega 3, além de proteínas, fibras, ferro e outros minerais, sendo apresentada em diversas formas de alimentos preparados, segundo fontes do Whole Grains Council. Outro seria a semente de chia, da mesma família da hortelã, que também contém fibras, proteínas e uma forma de Omega 3, de ácidos graxos, segundo fontes da Universidade de Tufts. O incrível é que evitam obesidade mesmo com as vantagens apontadas.

Também faz parte do grupo o chamado kela que seria um primo do brócolis, da couve-flor e da couve, que possui antioxidante e nutrientes anti-inflamatórios, segundo a Universidade do Estado de Michigan. O açaí brasileiro, considerado possuir poder antioxidante teria somente os mesmos benefícios das frutas normais, segundo a conhecida Clínica Mayo.


O que parece estar acontecendo no Ocidente é que, como no Oriente, os produtos alimentícios estão se confundindo com os medicamentos, tendo a vantagem de serem naturais, não se confundindo com os que utilizam elementos químicos. Na medida em que são associados aos exercícios físicos, suas eficiências parecem aumentadas. Existem informações de que estes produtos eram utilizados pelos maias quando da chegada dos espanhóis, que coibiram o seu uso dada a fama que proporcionavam maior força nos combates. Voltaram a ser cultivados recentemente, principalmente em países pobres como o Peru e a Bolívia.

Seus preços como as quantidades importadas pelos Estados Unidos estão em acelerada ascensão. Alem de serem oferecidos como produtos que podem ser consumidos com a adição de água com açúcar, também estão sendo utilizados com sucos de frutas. Aparecem como ingredientes de bolos, pães e assemelhados. Esta atual onda parece superar simplesmente a moda, pois está sendo recomendada por acreditadas instituições voltadas à saúde, com seu consumo se consolidando em diversos países do mundo.

Certamente não é um santo remédio, mas não se conseguiu ainda identificar nenhuma contraindicação. Ajustam-se às atuais aspirações de uma população cada vez mais sedentária, e que procura intensificar seus exercícios físicos. Por serem produtos de origem vegetal, não de origem artificial como muitos medicamentos, encontram um campo fértil, e muitos estão estudando suas possibilidades de produção, que ainda se restringem a alguns países andinos. Os diversos institutos de pesquisas voltados a produtos agrícolas também estão com os olhos voltados para o aumento desta produção, para atender a demanda das populações pobres que necessitam de acesso a alimentos mais saudáveis.

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