Alertas de desmatamento alcançam o segundo pior da série histórica em agosto

Desde a posse de Bolsonaro, a taxa aumentou 52% e as terras indígenas tiveram três vezes mais invasões em comparação a 2018

Sobrevoo na região da Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia), em uma área com cerca de 8.000 hectares de desmatamento - a maior em 2022 - que está queimando há dias.

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Dados do  Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, divulgados nesta sexta-feira 9, mostram que alertas de desmatamento atingiram 1661 km² apenas em agosto, um aumento de 81% com relação ao ano anterior.

Este é o segundo pior índice na série histórica registrada pelo Deter, atrás apenas do ano de 2019, também no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Os estados com maior número de alertas são o Pará, Mato Grosso e Amazonas. 

De janeiro a agosto, o sistema de monitoramento colocou sob aberta uma área de 7.135 km², o maior da série histórica.  Além do desmatamento, as queimadas também registraram recordes no período. 

“A destruição ambiental nos últimos anos ganhou velocidade e escala já que as porteiras foram escancaradas por um governo que abraça e incentiva o crime ambiental através de suas ações e omissões”, disse Cristiane Mazzetti, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil.  Desde a posse do ex-capitão, a taxa de desmatamento aumentou 52% e as terras indígenas tiveram três vezes mais invasões em comparação a 2018, segundo relatório do Conselho Indigenista Missionário. 

Para a ONG, o aumento na incidência de destruição ambiental está relacionado com o desmonte das políticas promovidas pelo governo Bolsonaro, a exemplo do sucateamento de órgãos ambientais, cortes e baixa execução de orçamentos, omissão quanto às invasões fortemente denunciadas em terras indígenas, levou à explosão do desmatamento e da violência no campo. 

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