Alertas de desmatamento na Amazônia atingem recorde histórico para setembro

É o que apontam dados divulgados nesta sexta-feira 7 pelo Instituto de Pesquisas Espaciais, o Inpe

Foto: Vinícius Mendonça/Ibama

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Os alertas de desmatamento na Amazônia para o mês de setembro atingiram um recorde histórico em 2022. É o que apontam dados divulgados nesta sexta-feira 7 pelo Instituto de Pesquisas Espaciais, o Inpe, que alerta para o risco de destruição de 1.455 km² de área de mata nativa, o equivalente a tamanho da cidade de São Paulo.

Conforme aponta o Instituto, houve um crescimento de 47,7% da área em risco de degradação em relação a setembro do ano passado – setembro de 2022 é, portanto, o pior setembro desde 2015, início da série histórica da versão mais recente do Deter, o sistema de alerta do Inpe para desmatamento e degradação florestal.

Todos os últimos quatro recordes de alertas de desmatamentos aconteceram durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) – marcada, entre outros problemas, pelo desmonte e o aparelhamento de conselhos e órgãos fiscalizatórios, a paralisação da cobrança de multa para desmatadores e o congelamento do Fundo da Amazônia. 

“Bolsonaro foi, afinal, o presidente que até hoje se orgulha em dizer que desmontou a fiscalização ambiental e que não demarcou ‘nenhum centímetro’ de terra indígena”, avalia o Observatório do Clima.

Para pesquisadores do Observatório do Clima, o índice poderá ser igualado ou superado dos próximos três meses do ano. 

“Colheu, como resultado de tudo isso, o primeiro ciclo de três altas seguidas nas taxas de desmatamento medidas pelo Inpe em um mesmo mandato presidencial — e pode estar a caminho de uma quarta.” 


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