Sustentabilidade
Apesar de crise, Brasil não corre risco de apagão em 2021, diz ONS
A entidade afirma que o nível das chuvas, ‘significativamente abaixo da média histórica’, motivou uma série de recomendações, já em prática
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2019/08/itaipu.jpg)
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmou que o país não corre risco de corte no fornecimento de energia este ano, apesar de o país passar pela “pior crise hidrológica desde 1930”. A ONS divulgou na sexta-feira 4 uma nota técnica com a avaliação das condições de atendimento energético do Sistema Interligado Nacional (SIN). Nessa nota, a entidade afirma que o nível das chuvas, “significativamente abaixo da média histórica”, motivou uma série de recomendações.
As medidas propostas, segundo a ONS, já foram postas em prática. “Entre as ações em curso destacam-se a flexibilização das restrições hidráulicas dos aproveitamentos localizados nas bacias dos rios São Francisco e Paraná; aumento da geração térmica e da garantia do suprimento de combustível para essas usinas; importação de energia da Argentina e do Uruguai, além de campanha de uso consciente da água e da energia”, explicou a entidade.
Segundo ela, as providências estão sendo tomadas para garantir o fornecimento de energia. “Sendo assim, diversas medidas foram aprovadas pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e já estão em curso, o que faz com que esse cenário não se concretize e se garanta o fornecimento de energia e potência em 2021”.
Crise hidrológica
Na análise da ONS, o déficit de precipitação acumulado nos últimos dez anos em algumas bacias chega alcançar um valor maior do que o total de chuva que ocorre em média num ano. Por causa disso, explicou a entidade, as vazões afluentes às usinas localizadas nessa bacia também têm se situado abaixo da média histórica nos últimos anos.
“Considerando-se as previsões de afluência obtidas com a chuva de 2020, prevê-se a perda do controle hidráulico de reservatórios da bacia do Rio Paraná no segundo semestre de 2021; a perda do controle hidráulico na bacia do Paraná implicaria em restrições no atendimento energético nos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste”, apontou o documento da ONS, em duas de suas conclusões.
“[…] As medidas indicadas, que resultam na manutenção da governabilidade hidráulica da bacia do rio Paraná, permitem assegurar o atendimento eletroenergético do SIN em 2021”, acrescentou a nota técnica.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2021/05/iStock-998976090-300x180.jpg)
Vinte anos depois, Brasil corre risco de um novo racionamento de energia
Por Maurício Thuswohl![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2017/12/governo-temer-prepara-um-novo-apagao-e1621376172723-300x180.jpg)
Livro sobre a crise energética de 2001 mostra um Brasil refém da inação
Por Augusto Diniz![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2019/07/angra3-300x180.jpg)