Sustentabilidade
Focos de queimada em parque de onças-pintadas no Pantanal persistem
Incêndio na região conta ainda com tempo seco para se alastrar com mais facilidade
As chamas que há mais de 40 dias destroem parte do Pantanal mato-grossense atingiram o Parque Estadual Encontro das Águas, localizado na região de Porto Jofre, na cidade de Poconé (MT), a cerca de 102 quilômetros de Cuiabá. Segundo o governo do Mato Grosso, a região reúne a maior concentração de onças-pintadas do mundo.
Não há atualizações mais recentes sobre o apaziguamento das chamas. O Corpo de Bombeiros do MT afirmou nesta quarta-feira 09 para CartaCapital que os focos de incêndio continuam ativos.
Na terça-feira 08, o Corpo de Bombeiros enviou mais duas equipes para auxiliar os 46 bombeiros que já tentavam conter o avanço do fogo na região, protegendo prioritariamente as áreas onde há pousadas, fazendas ou uma das 140 pontes de madeira existentes ao longo da Rodovia Transpantaneira (MT-060).
Já no dia 07, o trabalho dos bombeiros e brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) salvou sete crianças e duas mulheres cuja casa estava cercada pelo fogo, na região de Porto Jofre.
Além da presença de 122 agentes de vários órgãos públicos e do emprego de cinco aeronaves, o combate ao incêndio dentro do parque estadual tem o apoio de moradores da região, que disponibilizaram máquinas, carros-pipas e tratores para a ação, que faz parte da Operação Pantanal II, deflagrada em 7 de agosto.
Fogo foi causado para criar pasto
De acordo com o Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman-MT), na Reserva Particular do Patrimônio Natural Sesc Pantanal (RPPN) – região de Barão de Melgaço, o incêndio foi provocado com o propósito de queimar a vegetação desmatada “para criação de área de pasto para gado”
Em outro local, denominado Fazenda São José, o fogo começou por causa da “queima de raízes para o uso de fumaça a fim de retirar os favos de mel”, em uma área onde se costuma fazer extração de mel de abelhas silvestres.
A perícia diagnosticou também causas acidentais. Na Fazenda Espírito Santo, a máquina agrícola que fazia limpeza de área e juntava o material colhido para fazer feno “pegou fogo e começou o incêndio na região.”
Na Rodovia Transpantaneira, a causa do incêndio florestal foi um veículo que pegou fogo, após acidente no qual despencou do barranco próximo a uma ponte na estrada. Na Rodovia Helder Cândia, um cabo de alta tensão se rompeu e as faíscas provocaram o incêndio.
A apuração das razões dos incêndios havia sido prometida pelo governador de Mato Grosso, Mauro Mendes.
“A Secretaria estadual do Meio Ambiente tem tecnologias suficientes para identificar minuto a minuto o que acontece no estado de Mato Grosso. Uma região de incêndios dessa nós recuperamos as imagens do Sistema Planet, e nós vamos ter imagens que podem demonstrar quando o fogo começou, aonde ele começou, em que ponto começou”, disse Mendes após fazer vistoria aérea do local no dia 18 de agosto.
De acordo com a Lei nº 9.605/1998, é crime “provocar incêndio em mata ou floresta” com pena de “reclusão, de dois a quatro anos, e multa”.
*Com informações da Agência Brasil
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