Fogo na Amazônia até setembro já é maior em 10 anos, aponta Inpe

Houve um aumento de 6% em relação ao mesmo período de 2019, que já havia sido o pior da década

Queimadas no Pará no dia 15 de agosto de 2020 (Foto: CARL DE SOUZA / AFP)

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O Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) compilou, até o dia 10 de setembro, 57.823 focos de foco na Amazônia – um aumento de 6% em relação ao mesmo período do ano passado, e a maior cifra desde 2010.

 

O dado contesta um vídeo divulgado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que diz que o bioma não está em chamas.

Produzida pela Acripara, uma associação de pecuaristas, a peça traz imagens de florestas e uma criança afirmando, em inglês, que o Brasil é o país que mais preserva suas florestas no mundo. “A Amazônia produz e preserva”, diz o narrador.

A divulgação dos dados de queimada também encontra na situação do desmatamento um alerta preocupante. O mês de agosto foi o segundo pior da série histórica compilada pelo Inpe, perdendo em destruição apenas para o ano de 2019, quando eclodiram protestos contra a política ambiental do presidente Jair Bolsonaro. Foram 1.358 km² de floresta desmatada.


Neste ano, não é só a Amazônia que queima de forma descontrolada: o Pantanal também encara a pior seca da história e já chegou a perder 12% do seu território para as chamas.

Segundo o Inpe, o município de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, é o que mais concentra focos de incêndio neste ano: foram 4.686 até o mesmo. Em segundo lugar, vem Altamira, no Pará – um cerco importante do desmatamento no bioma amazônico.

 

 

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