Sustentabilidade
Governo Bolsonaro libera mais 63 agrotóxicos, sendo 7 inéditos
Com os novos registros, o total de defensores químicos agrícolas liberados em 2019 chega a 325
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O governo de Jair Bolsonaro registrou 63 novos agrotóxicos, sendo sete produtos inéditos no mercado brasileiro. Os demais 56 são genéricos de pesticidas que já estão à venda. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira 17.
Com os novos registros, o total de agrotóxicos liberados em 2019 chega a 325, superando o volume do mesmo período de 2018, quando houve 309 registros. Segundo a pasta, de 2016 para 2017, o número de registros de defensivos passou de 277 para 405. Há cerca de dois mil produtos na fila para serem avaliados.
Do total de produtos registrados em 2019, 185 são produtos técnicos, ou seja, destinados exclusivamente para o uso industrial. Outros 140 são produtos formulados, aqueles que já estão prontos para serem adquiridos pelos produtores rurais mediante a recomendação de um engenheiro agrônomo. Destes, 14 são produtos biológicos e orgânicos.
Em nota, o Ministério argumenta que a liberação dos registros se deve a “ganhos de eficiência possibilitados por medidas desburocratizantes implementadas nos três órgãos nos últimos anos”.
“O fato de haver mais marcas disponíveis no mercado não significa que vai aumentar o uso de defensivos no campo. O que determina o consumo é a existência ou não de pragas, doenças e plantas daninhas. Os agricultores querem usar cada vez menos em suas plantações, pois os defensivos são caros e representam 30% do custo de produção”, diz a nota.
Dos novos agrotóxicos liberados, 15 foram classificados como extremamente tóxicos e 10 como altamente tóxicos. Já com relação ao potencial de periculosidade ambiental, 44 são considerados muito perigosos, 3 altamente perigosos e 16 perigosos. Seis itens possuem perfil toxicológico considerado equivalente ao produto técnico de referência.
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