O desmatamento da Amazônia no mês passado aumentou 66,7% em relação ao mesmo período de 2020 e chegou ao maior índice registrado em um mês de maio nos últimos cinco anos. Trata-se, também, da taxa mais elevada de 2021.
A informação é do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que divulgou o monitoramento nesta sexta-feira 11. Foram 1.391 km² de desmate. Além disso, apenas nos primeiros quatro dias de junho, já foram contabilizados mais 330 km² de alertas.
O cenário amplia o temor de aumento nas queimadas em meio ao período seco da Amazônia, que dura até setembro, e já vinha sendo reforçado por outros recordes: em abril, também foi registrado o maior valor dos últimos anos em termos de devastação. Foram mais 810 km² em comparação ao mês anterior.
No comparativo com os outros anos, o gráfico divulgado no site do Inpe mostra o salto expressivo de casos de desmatamento com solo exposto, com vegetação ou casos de mineração, as três variantes analisadas pelo satélite em seu monitoramento diário.
O estado mais atingido foi o Pará, responsável por uma fatia de 517 km², seguido por Amazonas, com 348 km², e Mato Grosso, com 275 km².
“O resultado de maio não poderia ser diferente, já que os retrocessos na governança ambiental só aumentam. Os reflexos dessa destruição já são sentidos na baixa histórica dos reservatórios no Sudeste e Centro-Oeste, com ameaças de falta d’água, contas de luz mais caras e risco de racionamento de energia”, comenta o porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace, Rômulo Batista, em nota.
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