Pantanal registra mais de 3500 focos de incêndio, recorde em 21 anos

O consolidado de 2020, até o momento, representa um aumento de 190% em relação aos mesmos meses do ano passado

Incêndio no Pantanal sul-mato-grossense. Foto: Divulgação do Corpo de Bombeiros do MS

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O Pantanal vem batendo recordes de focos de incêndio na região: até esta quinta-feira 23, cerca de 3.500 focos foram identificados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), um recorde dos últimos 21 anos de análise feita pelo órgão.

A maior concentração está no estado do Mato Grosso do Sul, em especial na cidade de Corumbá, que registra 2.404 focos de incêndio desde os níveis mais básicos até o estado crítico.

Em seguida, vêm as cidades de Poconé e Cáceres, no Mato Grosso, com 521 e 177 focos identificados pelos satélites, respectivamente.

O consolidado de 2020, até o momento, representa um aumento de 190% em relação aos mesmos meses do ano passado. No total, 2019 registrou 10.025 focos de incêndio combatidos no Pantanal, sendo 81,4% somente na região sul-mato-grossense, segundo os dados divulgados pelo Inpe.

No dia 16 de julho, o governo decretou a proibição das queimadas no país inteiro pelo período de 120 dias, pressionado, principalmente, pelo aumento da destruição no bioma amazônico e pela pressão de investidores internacionais.

“No entanto, nos quinze primeiros dias do mês em Mato Grosso, já com a proibição em vigor, foi detectado um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 754 focos de calor registrados, um aumento de 80 focos em relação a 2019, que somou 674 focos.”, diz o Observatório do Pantanal, baseado em um levantamento feito pelo Instituto Centro de Vida (ICV) para o monitoramento dos focos de calor no Mato Grosso.


Entre as unidades de conservação presentes no Pantanal, um bioma único no mundo, o Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense foi o mais atingido: passou de três para 99 ocorrências.

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