Sustentabilidade

Queimadas na Amazônia impactaram na perda de 42% das geleiras dos Andes, aponta estudo

O desaparecimento de quase metade das geleiras tropicais é a maior registrada nos últimos 30 anos

Derretimento da Cordilheira dos Andes - Foto: Wikimedia Commons
Apoie Siga-nos no

Os especialistas são categóricos: as causas do derretimento de quase metade das geleiras andinas tropicais são as mudanças climáticas e o aumento das queimadas na Amazônia. Os dados foram publicados na revista Remote Sensing nesta sexta-feira 20. 

O número chamou a atenção dos pesquisadores, pois essa área é usada como ponto de referência para medir o impacto das mudanças climáticas nas regiões mais quentes do planeta. 

“As geleiras andinas tropicais estão passando por uma rápida redução de cobertura, o que pode impactar economicamente as populações nos Andes tropicais, com efeitos na agricultura, água potável, geração de eletricidade, integridade do ecossistemas”, alertam. 

O estudo é resultado de uma parceria do MapBiomas Amazônia e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) com as organizações chilenas: Universidad Nacional Agraria La Molina e Instituto de Pesquisas em Glaciares e Ecossistemas de Montanha.

Só a bacia amazônica representa 61,71% da área total das geleiras. As queimadas e focos de incêndio impactam nesse número por conta da geração de carbono negro, que acelera o derretimento do gelo. No período de 1990 a 2020, a maior perda se concentrou na Bolívia, com encolhimento 42,61% de área, seguido do Peru com 41,19%.

Outra consequência futura destacada pelos pesquisadores foram as chamadas “inundações causadas pelo colapso de lagos glaciais”. Elas acontecem após o recuo de uma área extensa de geleiras. No início do maio, esse fenômeno foi registrado no Afeganistão. A enchente casou o desabamento de uma ponte histórica da região Hassanabad.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo