Sociedade
Queimadas na Amazônia Legal em 2022 já superam todo o registrado no ano passado
O desmatamento e os incêndios florestais dispararam durante o governo de Jair Bolsonaro (PL)
Os focos de queimadas registradas na Amazônia Legal em 2022 já superam as detectadas em todo o ano de 2021, segundo dados oficiais.
Até o domingo 18, foram registrados 75.592 focos de queimadas, frente aos 75.090 detectados nos 12 meses de 2021, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe.
Setembro já se anunciava como um mês crítico em queimadas, ao registrar 18.374 focos em apenas uma semana, quase 10% a mais que em todo o mesmo mês de 2021.
A ONG Greenpeace afirmou em nota que o aumento das queimadas é uma “tragédia anunciada” e está “associado com desmatamento e grilagem de terras”.
O desmatamento e os incêndios florestais dispararam durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), que tentará a reeleição em outubro.
Desde que ele assumiu a Presidência, em janeiro de 2019, o desmatamento médio anual na Amazônia brasileira aumentou 75% em comparação com a década anterior.
“Após quase quatro anos de uma clara e objetiva política anti-ambiental por parte do governo federal, vemos que, na iminência do encerramento deste mandato (…), grileiros e todos aqueles que têm operado na ilegalidade viram um cenário perfeito para avançar sobre a floresta”, disse no comunicado o porta-voz do Greenpeace Brasil para a Amazônia, André Freitas.
O presidente rechaça as críticas, argumentando que a extensão da Amazônia dificulta a fiscalização e que o Brasil preserva suas florestas melhor que a Europa, enquanto critica as ONGs e os grupos ambientalistas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.