EUA anunciam a proibição do antivírus russo Kasperksy

Departamento de Comércio menciona suposta coleta de informações sensíveis para uso 'como arma'

Sede da Kaspersky, em Moscou, em registro de 2017. Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP

Apoie Siga-nos no

Os Estados Unidos proibiram nesta quinta-feira 20 a empresa de cibersegurança Kaspersky, com sede na Rússia, de oferecer seus populares produtos antivírus no país, anunciou o Departamento de Comércio.

“A Kaspersky não poderá mais, entre outras atividades, vender seu software dentro dos Estados Unidos nem fornecer atualizações de software que já estejam em uso”, disse a agência em um comunicado.

“A Rússia demonstrou repetidamente que tem a capacidade e a intenção de explorar empresas russas, como a Kaspersky Lab, para coletar e utilizar informações sensíveis como arma”, afirmou a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo.

As medidas mostram aos adversários dos Estados Unidos que o Departamento de Comércio não hesitará em agir quando “sua tecnologia representar um risco para os Estados Unidos e seus cidadãos”, acrescentou.

Embora a empresa multinacional tenha sede em Moscou, conta com escritórios em 31 países e presta serviços a mais de 400 milhões de usuários e 270 mil clientes corporativos em mais de 200 países, segundo o Departamento de Comércio.

Além de proibir a venda do software antivírus da Kaspersky, o Departamento de Comércio adicionou três entidades vinculadas à companhia a uma lista de empresas consideradas uma preocupação de segurança nacional, “por sua cooperação com as autoridades militares e de inteligência russas em apoio aos objetivos de ciberinteligência do governo russo”.


O Departamento de Comércio disse que “incentiva fortemente” os usuários a mudarem para novos fornecedores, embora sua decisão não proíba o uso do software se assim o decidirem.

A Kaspersky manteve a permissão de continuar certas operações nos Estados Unidos, incluindo a atualização de antivírus, até 29 de setembro deste ano, “para minimizar as interrupções aos consumidores e empresas americanas e dar-lhes tempo para encontrar alternativas adequadas”, acrescentou o Departamento de Comércio.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.