Mundo

No primeiro dia, furacão Irma devasta ilhas do Caribe

Com ventos de cerca de 300 quilômetros por hora, tempestade destruiu mais de 90% da infraestrutura de Saint Martin e de Barbuda

Apoie Siga-nos no

O furacão Irma, o mais intenso já registrado, atingiu entre a quarta-feira 6 e esta quinta-feira 7 diversas ilhas do Caribe, deixando um enorme rastro de destruição e ao menos dez mortos, um número parcial que deve crescer à medida que as autoridades verificam o tamanho dos danos.

Na manhã desta quinta, o Irma completou 33 horas como um furacão de categoria 5, a maior possível, se tornando o furacão de mais longa duração nesta intensidade máxima já registrado no mundo até hoje pelos serviços meteorológicos. O anúncio foi feito pela agência meteorológica francesa Météo France. Em 2013, o Haiyan, que passou pelas Filipinas, ficou por 24 horas gerando ventos de cerca de 300 quilômetros por hora.

Leia também:
Nos EUA, o furacão Harvey traz lembranças do Katrina
Mudanças climáticas intensificaram a tempestade Harvey?

Nesta quinta, o Irma deixou pelo menos oito mortos e 21 feridos na ilha franco-holandesa de Saint Martin. A partir da ilha de Guadalupe, à qual St. Martin é subordinada em termos administrativos, serão enviados socorristas, cães de resgate, militares, bombeiros e médicos. No sentido contrário, serão transportados os feridos. O socorro também seguirá para Saint Barts, outra ilha francesa vizinha a St. Martin. 

Abaixo, um vídeo da destruição em Saint Martin, com narração em francês:

O governo francês celebrou o fato de uma parte da pista do aeroporto de St. Martin ter sido reaberta. Para a parte holandesa da ilha não há acesso. Tanto o aeroporto quanto o porto foram destruídos. Segundo Daniel Gibbs, presidente do Conselho Territorial de Saint Martin, o furacão “destruiu 95% da ilha”. “Não estamos seguros de nada (…), ainda fazemos uma avaliação, mas estou chocado, isto é alarmante”, disse à AFP.

O olho de Irma, de quase 50 quilômetros de diâmetro, permaneceu por cerca de uma hora e meia sobre Saint Barts, para depois se deslocar a Saint Martin. Nas redes sociais, fotos e vídeos revelam a devastação nas ilhas, onde eletricidade e comunicações estão cortadas, barcos, destruídos, árvores e telhados foram arrancados e as ruas ficaram inundadas. O mar “invadiu com extrema violência” o litoral, “submergindo de forma importante as partes baixas do litoral”, segundo a Météo-France. 

Barbuda

Na ilha de Barbuda, que junto com Antigua forma um país independente, o furacão deixou um morto e “devastação total”, segundo o primeiro-ministro da pequena ilha caribenha, Gaston Browne. A vítima fatal é um menino que era levado pela mãe de uma propriedade destruída para outro local.

“É uma devastação total, Barbuda é literalmente um escombro”, disse Browne à imprensa local. “Absolutamente devastador. Nunca vi tanta destruição como observei em Barbuda esta tarde”, declarou o primeiro-ministro à rede de teve norte-americana CNN após sobrevoar a ilha. “Noventa e cinco por cento das propriedades foram danificadas”. “Com tanta devastação, me surpreende que não haja mais vítimas fatais”.

Porto Rico

O Irma também passou por Porto Rico, estado associado aos Estados Unidos, mas o olho do furacão ficou sobre as águas ao norte da ilha, que sofreu com fortes chuvas e cortes no fornecimento de energia provocados por ventos de 177 quilômetros por hora.

Com a chegada do furacão, cerca de metade da população de Porto Rico ficou sem energia e as águas transbordaram do leito em Río Grande e Naranjito. As autoridades habilitaram 460 abrigos, em toda a ilha. Os ventos foram sentidos em San Juan, a capital. 

O Irma terá um impacto “realmente devastador” quando chegar à costa americana da Flórida, afirmou Brock Long, diretor da Agência de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, em entrevista à CNN.

“A maior parte das pessoas ao longo da costa (americana) nunca experimentou um furacão como este. Será realmente devastador”, advertiu Long, lembrando que os Estados Unidos foram atingidos por furacões de categoria cinco apenas três vezes desde 1851.

Irma, Katia e José

O Irma prossegue avançando, a 26 quilômetros por hora, em direção ao oeste, se afastando de Porto Rico em direção à República Dominicana e ao Haiti, em uma rota que o levará ao estado norte-americano da Flórida até o final de semana.

Na quarta-feira 6, a tempestade Katia se transformou em furacão em frente às costas do estado de Veracruz, no México, onde se movia de forma lenta e errática, enquanto as autoridades alertaram a população sobre as fortes chuvas previstas em várias zonas.

Trata-se do terceiro fenômeno ciclônico simultâneo no Oceano Atlântico, junto com o colossal Irma e o furacão José, de categoria 1, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos.

*Com informações da AFP

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo