Política

Joesley diz que comprou, e não pagou, votos contra o impeachment

O dono da JBS diz que combinou o pagamento de 15 milhões de reais por cinco votos, mas só entregou 3,5 milhões

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Um dos trechos do depoimento de Joesley Batista, dono da JBS, cuja delação premiada é a base da Operação Patmos, cujos alvos são o presidente Michel Temer (PMDB) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), revela que ele atuou para comprar votos contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT).

De acordo com o site Jota, no depoimento aos procuradores da Lava Jato, Joesley afirmou que em 2016 se comprometeu a ajudar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega a se livrar da CPI do Carf, aberta para investigar o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), alvo da Operação Zelotes.

Joesley diz que, nesta empreitada para salvar Mantega, conheceu o deputado federal João Carlos Bacelar (PR-BA), então relator da CPI. O relacionamento dos dois evoluiu e eles tiveram encontros nos quais Bacelar se colocava sempre “na posição de defesa de Dilma no processo de impeachment”.

Essas interações, disse Joesley em depoimento, “culminaram com uma surpreendente aparição de Bacelar na residência do depoente em São Paulo, às 22h30 do sábado anterior ao da votação do impeachment, dizendo ter conseguido o endereço com [o então ministro dos Transportes] Antônio Carlos [Rodrigues]“.

Neste encontro, Bacelar teria apresentado uma lista de pelo menos 30 deputados federais que estavam dispostos a votar a favor de Dilma em troca de propinas de até 5 milhões de reais para cada um. Diante da oferta, Joesley diz ter decidido comprar os votos de cinco deputados, cada um por três milhões de reais, mas afirma não se recordar dos nomes dos parlamentares.

“Nos dias seguintes ao da votação do impeachment, Bacelar trouxe ao depoente a dívida de 15 milhões de reais, de cinco deputados que haviam, em tese, votado contra o impeachment de Dilma”. Ainda segundo Joesley, ele quitou 3,5 milhões de reais ao grupo de deputados, “sendo que os últimos 500 mil reais foram pagos na sua casa, em março de 2017″.

Na votação do impeachment na Câmara, em 17 de abril de 2016, Bacelar de fato votou contra o impeachment de Dilma, contrariando a orientação de seu partido, que havia abandonado a petista em favor de Michel Temer, o vice.

 

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