CartaExpressa
Polícia abre investigação contra Rubinho Nunes, vereador que tentou instaurar CPI contra padre Júlio Lancellotti
Órgão atendeu a uma determinação do Ministério Público que cita suposto abuso de autoridade cometido pelo político da extrema-direita na ofensiva contra o religioso
A Polícia Civil de São Paulo começou a investigar o vereador paulistano Rubinho Nunes (União Brasil) por abuso de autoridade.
O órgão atendeu a uma determinação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que aceitou um pedido do Instituto Padre Ticão contra o político.
A entidade denunciou que Rubinho Nunes cometeu abuso ao instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o padre Júlio Lancellotti, “mesmo sem qualquer indício de conduta criminosa por parte do pároco, com única motivação de produzir ganho pessoal de capital político”.
Ao MP, o instituto também disse que o vereador divulgou, deliberadamente, notícias falsas sobre Júlio Lancellotti, além de ter cometido aporofobia, que é nome dado ao medo ou rejeição a pessoas pobres.
Rubinho Nunes foi o responsável por dois pedidos de aberturas de CPIs no legislativo paulistano. Em março deste ano, ele pediu para investigar abuso e assédio sexual contra pessoas vulneráveis e em situação de rua em São Paulo. Um dos focos do pedido era o trabalho de Lancellotti com pessoas em situação de vulnerabilidade.
Já em dezembro do ano passado, ele pediu para investigar as organizações que atuam na Cracolândia. Lancellotti é responsável pela Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo.
Nas redes sociais, Rubinho Nunes disse que considera a investigação contra ele um “completo absurdo” e afirmou que não cometeu qualquer ato de abuso de autoridade na ofensiva contra o religioso.
Relacionadas
CartaExpressa
Prefeito de SP promete vetar PL que dificulta doação de alimentos
Por Carta CapitalCartaExpressa
Governo deve fracionar reforma administrativa, diz Esther Dweck
Por CartaCapitalCartaExpressa
Petrobras encerra contrato com gigante dos fertilizantes Unigel
Por CartaCapitalCartaExpressa
Equatorial Energia é a única a apresentar proposta e fica com 15% da Sabesp
Por CartaCapitalApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.