Economia
Lula critica empresas como a Boeing por ‘roubarem’ engenheiros brasileiros
Durante cerimônia com o presidente em São Paulo, a Embraer anunciou investimentos de 2 bilhões de reais
O presidente Lula (PT) criticou, nesta sexta-feira 26, empresas estrangeiras por “roubarem” engenheiros brasileiros. Ele citou diretamente a norte-americana Boeing.
“Não é que a gente quer impedir alguém de trabalhar lá fora, muito pelo contrário. Mas a gente precisa discutir que não é honesto vir aqui roubar nossos engenheiros sem gastar um centavo para formá-los”, disse o petista, durante a cerimônia de entrega de uma aeronave da Embraer à Azul, em São José dos Campos (SP).
Lula relembrou a tentativa da Boeing de comprar a Embraer e afirmou ter havido “um piripaque” nos aviões da companhia estrangeira.
“Ela não quis e não pagou sequer o cumprimento do contrato da multa que ela tinha. E instalou aqui um prédio para levar os nossos engenheiros. Então, não é correto a gente formar engenheiro, investir dinheiro, e depois vir alguém aqui comprar da gente.”
Durante a visita de Lula, a Embraer anunciou investimentos de 2 bilhões de reais, com a geração de mais de 900 empregos diretos nas fábricas, segundo seu presidente, Francisco Gomes Neto.
A Embraer é a terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo, líder no segmento de aeronaves com até 130 lugares e jatos executivos. Tem cerca de 19 mil empregados, com presença em todos os continentes. Neto também destacou que a empresa contratou 1,5 mil novos funcionários em pouco mais de um ano, retomando a força de trabalho que tinha antes da pandemia.
Criada pelo Estado em 1969, a Embraer já fabricou e vendeu mais de 8 mil aeronaves. Apesar de privatizada desde 1994, o governo detém poder final em decisões estratégicas. Além de fabricar aviões comerciais e de uso privado, produz aeronaves militares, como cargueiro KC-390 e o Super Tucano, além de aviões agrícolas.
Em abril de 2020, a Boeing anunciou a rescisão de um acordo de 4,2 bilhões de dólares para adquirir a divisão de aviões comerciais da Embraer. As companhias planejavam formar uma joint venture na qual a norte-americana teria 80% da participação.
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