Educação

Aluna escreve que Moraes acabou com as leis, professora corrige e é acusada de ‘doutrinação’

O caso aconteceu no Centro de Ensino Médio 1 do Gama, no Distrito Federal

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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Uma professora de escola pública do Distrito Federal foi ameaçada pela mãe de uma estudante após corrigir uma afirmação equivocada em uma redação.

A jovem escreveu que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes teria acabado com as leis no País. Com base na Constituição Federal, a educadora explicou que não cabe ao Poder Judiciário elaborar leis, mas ao Legislativo. O caso foi revelado pelo site Metrópoles.

Ao tomar conhecimento da correção, a mãe da estudante entrou em contato com o colégio e enfatizou que não aceitaria que sua filha fosse “doutrinada”. Afirmou também que “esfregaria o celular na cara” da professora e se disse amiga dos deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO) e do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG).

A mãe da estudante ainda foi à escola e repetiu as acusações na frente do diretor da unidade, dizendo que iria “atrás dos próprios direitos”. O caso ocorreu no Centro de Ensino Médio 1 do Gama, em 17 de abril.

Após o episódio, a professora entregou um atestado médico à escola e se afastou das atividades por 30 dias, devido ao abalo psicológico.

A Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa do Distrito Federal, presidida pelo deputado Gabriel Magno (PT), emitiu uma nota de repúdio ao que classificou como um “ataque direto à liberdade de cátedra”.

“Expressamos nossa solidariedade e reafirmamos nosso compromisso com uma educação escolar que cumpra a função de ofertar a todos os estudantes o acesso ao conhecimento historicamente acumulado pela sociedade e validado por meio da ciência”, diz o texto. “Somente assim será possível construirmos uma sociedade igualitária, fraterna e livre de opressões e discriminações.”

Em nota, a Secretaria de Educação do DF informou ter agido prontamente e reportado a confusão à Coordenação Regional de Ensino. A pasta não descarta a adoção de medidas administrativas.

Segundo a secretaria, a professora registrou um boletim de ocorrência e a coordenação regional transferiu a aluna para outra escola, a pedido da família.

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