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Blatter nega omissão sobre corrupção de Teixeira e Havelange

Presidente da entidade diz que não teria como recuperar o dinheiro, pois recebimento de propina é natural entre os sul-americanos

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O presidente da Fifa, Joseph Blatter, admitiu nesta quinta-feira 12 que tinha conhecimento das ‘comissões’ recebidas por João Havelange e Ricardo Teixeira em nome da entidade. Porém, alegou que nada podia fazer por não ter como comprovar a ilegalidade dos pagamentos embolsados pelos brasileiros.

Fato é que desde a divulgação do dossiê da Justiça Suíça, na quarta-feira 11, que condena os dois mandatários brasileiros por terem recebido propina  da ISL – uma agência de marketing ligada à Fifa, de 1992 a 2000 – Blatter se sente pressionado por ter se omitido na época em que era secretário-geral da entidade e sabia dos pagamentos.

Em face a isso, o atual presidente da Fifa foi à imprensa anunciar que ele era o “P1”, o primeiro personagem anônimo do dossiê suíço. Com isso, Blatter tenta mostrar que colaborou com as investigações e nega a conivência com a corrupção perpetrada pela dupla brasileira.

Além disso, em uma entrevista publicada no site da Fifa, Blatter disse que não tinha como saber que as comissões eram consideradas crimes. “Sabia o quê? Que comissões eram pagas? Lá atrás, estes pagamentos poderiam ser deduzidos do imposto como taxas de negociação. Hoje, isso é passível de punição. Você não pode julgar o passado com base nos padrões de hoje. Além disso, ia acabar em um conflito moral. Eu não poderia saber de um crime que nem era crime na época”, argumentou em alusão à mudança na lei suíça que passou a criminalizar o recebimento de comissão da forma como os brasileiros fizeram.

Dessa forma, tudo ia em direção à uma tentativa de limpeza bem-sucedida da imagem do órgão máximo do futebol até a Fifa perder o tom e falar demais. Também nesta quinta-feira 12, a Fifa procurou tentou se livrar das denúncias de corrupção contra ela argumentando que o recebimento de propinas é uma prática comum aos africanos e sul-americanos.

O jornal O Estado de S.Paulo relevou nesta quinta-feira que, segundo os advogados da Fifa, seria “quase impossível” exigir a devolução do dinheiro recebido por Havelange e Teixeira. Isto porque, para a Fifa, o recebimento de propina por sul-americanos e africanos é algo cultural. “Eles justificam isso com o argumento de que uma queixa da Fifa na América do Sul ou África dificilmente seria aplicada, já que pagamentos de subornos pertencem ao salário recorrente da maioria da população”, relata trecho da decisão judicial do Tribunal do Cantão de Zug, na Suíça.

Segundo o dossiê suíço, João Havelange e Ricardo Teixeira receberam, ao todo, cerca de 21,94 milhões de francos suíços (45 milhões de reais), e tiveram de pagar 5 milhões de francos suíços (10,4 milhões de reais) para manterem o caso em sigilo há dois anos.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, admitiu nesta quinta-feira 12 que tinha conhecimento das ‘comissões’ recebidas por João Havelange e Ricardo Teixeira em nome da entidade. Porém, alegou que nada podia fazer por não ter como comprovar a ilegalidade dos pagamentos embolsados pelos brasileiros.

Fato é que desde a divulgação do dossiê da Justiça Suíça, na quarta-feira 11, que condena os dois mandatários brasileiros por terem recebido propina  da ISL – uma agência de marketing ligada à Fifa, de 1992 a 2000 – Blatter se sente pressionado por ter se omitido na época em que era secretário-geral da entidade e sabia dos pagamentos.

Em face a isso, o atual presidente da Fifa foi à imprensa anunciar que ele era o “P1”, o primeiro personagem anônimo do dossiê suíço. Com isso, Blatter tenta mostrar que colaborou com as investigações e nega a conivência com a corrupção perpetrada pela dupla brasileira.

Além disso, em uma entrevista publicada no site da Fifa, Blatter disse que não tinha como saber que as comissões eram consideradas crimes. “Sabia o quê? Que comissões eram pagas? Lá atrás, estes pagamentos poderiam ser deduzidos do imposto como taxas de negociação. Hoje, isso é passível de punição. Você não pode julgar o passado com base nos padrões de hoje. Além disso, ia acabar em um conflito moral. Eu não poderia saber de um crime que nem era crime na época”, argumentou em alusão à mudança na lei suíça que passou a criminalizar o recebimento de comissão da forma como os brasileiros fizeram.

Dessa forma, tudo ia em direção à uma tentativa de limpeza bem-sucedida da imagem do órgão máximo do futebol até a Fifa perder o tom e falar demais. Também nesta quinta-feira 12, a Fifa procurou tentou se livrar das denúncias de corrupção contra ela argumentando que o recebimento de propinas é uma prática comum aos africanos e sul-americanos.

O jornal O Estado de S.Paulo relevou nesta quinta-feira que, segundo os advogados da Fifa, seria “quase impossível” exigir a devolução do dinheiro recebido por Havelange e Teixeira. Isto porque, para a Fifa, o recebimento de propina por sul-americanos e africanos é algo cultural. “Eles justificam isso com o argumento de que uma queixa da Fifa na América do Sul ou África dificilmente seria aplicada, já que pagamentos de subornos pertencem ao salário recorrente da maioria da população”, relata trecho da decisão judicial do Tribunal do Cantão de Zug, na Suíça.

Segundo o dossiê suíço, João Havelange e Ricardo Teixeira receberam, ao todo, cerca de 21,94 milhões de francos suíços (45 milhões de reais), e tiveram de pagar 5 milhões de francos suíços (10,4 milhões de reais) para manterem o caso em sigilo há dois anos.

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