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Itamaraty denuncia prisão de brasileiros por Israel e cobra explicações sobre morte de adolescente

Há onze detidos, segundo a diplomacia brasileira; a maioria não foi formalmente acusada ou julgada por supostos crimes

Itamaraty denuncia prisão de brasileiros por Israel e cobra explicações sobre morte de adolescente
Itamaraty denuncia prisão de brasileiros por Israel e cobra explicações sobre morte de adolescente
Este é o brasileiro-palestino Walid Khalid Abdullah Abdalla Ahmad, de 17 anos, morto sob custódia de Israel - Instagram/Reprodução
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O Itamaraty informou nesta terça-feira 25 que há onze brasileiros residentes na Palestina sob custódia de Israel, em “clara violação ao Direito Internacional Humanitário”. A maioria do grupo, segundo a diplomacia brasileira, não foi formalmente acusada ou julgada pelos supostos crimes que lhes são imputados.

A informação foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores na nota em que lamenta a morte de Walid Khalid Abdalla Ahmad, cidadão brasileiro de 17 anos, morto na prisão israelense de Megido, no norte do país. Ele havia sido detido por forças israelenses em 30 de setembro do ano passado, quando ainda residia na Cisjordânia.

No comunicado, o governo Lula (PT) diz ter tomado conhecimento da morte “com profunda consternação” e afirma que “as circunstâncias e a data exata do óbito ainda não foram esclarecidas”. “Em linha com suas obrigações internacionais, o governo israelense deve conduzir investigação célere e independente acerca das causas do falecimento, bem como dar publicidade às suas conclusões”, diz a nota.

A morte de Ahmad foi inicialmente comunicada nesta segunda-feira pela Federação Árabe Palestina no Brasil, que classificou a prisão onde ele estava como um “campo de concentração”, conhecido por casos de tortura com choques elétricos, espancamentos e privação de comida.

O Itamaraty afirmou ainda que o escritório de representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia, está em contato com a família de Ahmad para prestar assistência consular. O comunicado também destaca que o governo brasileiro “continuará a exigir do governo de Israel as explicações necessárias acerca da morte do menor”.

Desde o início do conflito no Oriente Médio, em outubro de 2023, o Itamaraty tem defendido publicamente um cessar-fogo permanente, com a entrada de ajuda humanitária para a população que vive na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo em que critica as ações militares lideradas pelo premiê Benjamin Netanyahu.

Após dois meses de trégua, os habitantes do enclave palestino voltaram a fugir para salvar suas vidas, depois que Israel efetivamente abandonou o cessar-fogo, lançando uma nova campanha aérea e terrestre contra o Hamas.

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