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Venezuela descarta um novo convite para missão da UE na eleição presidencial

A única solução, segundo a autoridade eleitoral venezuelana, seria o fim de todas as sanções impostas ao país

Ato com Nicolás Maduro em 14 de junho de 2024. Foto: Marcelo Garcia/Presidência Venezuelana/AFP
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O chefe da autoridade eleitoral da Venezuela, Elvis Amoroso, condicionou nesta quinta-feira 20 um novo convite à União Europeia para que observe as eleições presidenciais de 28 de julho ao levantamento de todas as sanções.

Amoroso, próximo ao chavismo, excluiu o bloco da observação eleitoral há um mês após a ratificação de medidas punitivas contra cerca de 50 funcionários da Venezuela, embora uma contra ele tenha sido suspensa.

“Se não houver o levantamento das sanções e do bloqueio contra o povo da Venezuela, contra os doentes, contra os estudantes, contra as pessoas de certa idade, não há absolutamente nada a conversar, nem pensar que possam vir à Venezuela quando desprezam todos os venezuelanos”, disse Amoroso a jornalistas após um ato oficial.

“Não recebemos absolutamente nada [da Europa], mas aspiramos a receber uma comunicação deles levantando as sanções”, acrescentou. O bloco havia solicitado que a decisão fosse reconsiderada.

O convite à UE fez parte de um acordo eleitoral assinado no ano passado pelo governo e pela oposição em Barbados, com mediação da Noruega, que estabeleceu a eleição no segundo semestre de 2024.

Além da UE, o Conselho Nacional Eleitoral convidou em março o Centro Carter, o Brics e a União Africana para observar as eleições.

O presidente Nicolás Maduro buscará o terceiro mandato, o que o levaria a 18 anos no poder. Seu maior adversário é Edmundo González Urrutia, designado pela principal aliança opositora para representar a líder inabilitada María Corina Machado.

A UE enviou uma missão em 2021 para as últimas eleições de prefeitos e governadores, nas quais identificou melhorias consideráveis no sistema de votação, bem como irregularidades. Sua presença terminou de forma abrupta depois que Maduro os chamou de “inimigos” e “espiões”.

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