Mundo
Venezuela descarta um novo convite para missão da UE na eleição presidencial
A única solução, segundo a autoridade eleitoral venezuelana, seria o fim de todas as sanções impostas ao país
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2024/06/Maduro.jpg)
O chefe da autoridade eleitoral da Venezuela, Elvis Amoroso, condicionou nesta quinta-feira 20 um novo convite à União Europeia para que observe as eleições presidenciais de 28 de julho ao levantamento de todas as sanções.
Amoroso, próximo ao chavismo, excluiu o bloco da observação eleitoral há um mês após a ratificação de medidas punitivas contra cerca de 50 funcionários da Venezuela, embora uma contra ele tenha sido suspensa.
“Se não houver o levantamento das sanções e do bloqueio contra o povo da Venezuela, contra os doentes, contra os estudantes, contra as pessoas de certa idade, não há absolutamente nada a conversar, nem pensar que possam vir à Venezuela quando desprezam todos os venezuelanos”, disse Amoroso a jornalistas após um ato oficial.
“Não recebemos absolutamente nada [da Europa], mas aspiramos a receber uma comunicação deles levantando as sanções”, acrescentou. O bloco havia solicitado que a decisão fosse reconsiderada.
O convite à UE fez parte de um acordo eleitoral assinado no ano passado pelo governo e pela oposição em Barbados, com mediação da Noruega, que estabeleceu a eleição no segundo semestre de 2024.
Além da UE, o Conselho Nacional Eleitoral convidou em março o Centro Carter, o Brics e a União Africana para observar as eleições.
O presidente Nicolás Maduro buscará o terceiro mandato, o que o levaria a 18 anos no poder. Seu maior adversário é Edmundo González Urrutia, designado pela principal aliança opositora para representar a líder inabilitada María Corina Machado.
A UE enviou uma missão em 2021 para as últimas eleições de prefeitos e governadores, nas quais identificou melhorias consideráveis no sistema de votação, bem como irregularidades. Sua presença terminou de forma abrupta depois que Maduro os chamou de “inimigos” e “espiões”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.