Política

Aécio assume o PSDB e critica o governo Dilma

Falando como candidato, senador diz que marcas do atual governo são “pibinho irrisório” e “inflação descontrolada”

Aécio e FHC conversam durante a convenção nacional do PSDB, neste sábado 18, em Brasília
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O senador Aécio Neves (MG) foi eleito neste sábado 18 o novo presidente do PSDB, em convenção nacional realizada em Brasília, com os votos de 521 dos 535 delegados tucanos presentes na reunião. É a partir deste cargo que Aécio planeja projetar sua figura para disputar as eleições presidenciais de 2014.

Em seu discurso, Aécio fez diversos elogios a seu antecessor no comando tucano, o deputado federal Sergio Guerra (PE), mas afirmou que a história do PSDB “vai recomeçar” e o partido terá um novo projeto de país, pautado pela “defesa intransigente da ética, da liberdade e da democracia”.

Aécio baseou seu discurso em críticas ao PT. O senador afirmou que o PT “não tem projeto de país, mas projeto de poder” e acusou a sigla da presidenta Dilma Rousseff de ser autoritária. “Não vamos enfrentar apenas um partido político, mas um partido que se encastelou no Estado e inverteu a lógica democrática de que os partidos devem servir ao Estado”, disse Aécio. “O PT colocou o Estado a serviço do partido e de seu projeto de poder”, afirmou.

O tucano mostrou que tentará, nos próximos meses e durante a campanha, classificar o governo Dilma Rousseff de incompetente. Segundo ele, o governo atual tem apenas três marcas: o “pibinho irrisório”, a “inflação descontrolada” e as “obras de infraestrutura estagnadas”. Aécio listou uma série de problemas graves do país, em áreas como saúde, educação e segurança pública, e atribuiu todos eles ao atual governo.

Aécio aproveitou o discurso para contrapor uma acusação que foi feita ao PSDB nas duas últimas eleições presidenciais: a de que o partido pretende acabar com programas sociais, como o Bolsa Família. “Nosso DNA está em todos os programas de transferência de renda”, afirmou.

Serra deseja boa sorte a Aécio

No evento deste sábado, o PSDB tentou passar a impressão de união em torno do nome de Aécio Neves. Os principais caciques do partido, como governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, fizeram discursos empolgados de apoio a Aécio.

O ex-governador de São Paulo José Serra, no entanto, não foi tão efusivo. Há rumores de que Serra poderia até deixar o PSDB para se candidatar pela terceira vez à Presidência da República. O tucano desejou sorte a Aécio e não citou sua candidatura em 2014, mas não fez menção a qualquer cizânia dentro do partido. “Os que estão aqui hoje estarão do mesmo lado em 2014”, afirmou o tucano. “Vou continuar a atuar em favor das unidades das oposições”, disse.

Segundo Serra, a missão do PSDB é “tirar o país da estagnação econômica que o petismo o colocou”. De acordo com ele, o PT tem uma “sanha autoritária” e deixou como principal marca de seu governo “o autoritarismo”. “Querem calar os partidos e a imprensa”, disse.

MD deixa Eduardo Campos em favor de Aécio

Durante a convenção, Aécio ganhou o apoio de dois partidos de oposição para as eleições de 2014. O senador José Agripino (RN) confirmou que o DEM estará ao lado de Aécio. O deputado federal Roberto Freire (SP) também anunciou o embarque de seu partido, o Mobilização Democrática, na candidatura Aécio. Formado neste ano pela fusão do PPS com o PMN, o MD flertou com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), potencial candidato ao Planalto, mas acertou com Aécio. “Estaremos com Aécio em 2014”, disse Freire.

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