Política

Em ato no Rio, Bolsonaro elogia Elon Musk e faz palanque para aliados nas eleições municipais

Após discursos, o ex-presidente voltou a pedir anistia dos presos do 8 de janeiro e posou para fotos com pré-candidatos no trio elétrico em Copacabana

Foto: Mauro Pimentel/AFP
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Em discurso a apoiadores e aliados, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez elogios a Elon Musk, dono do X (ex-Twitter) e voltou a pedir anistia a presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

As falas aconteceram no ato deste domingo 21, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Um grupo de pesquisa da USP, o Monitor do Debate Político, estima que o evento reunia 32.750 pessoas às 12h, horário de maior pico do ato. 

“Quando eu estive com Elon Musk em 2022 começaram a me chamar de ‘mito’. Eu falei: ‘Não’ — aqui, em 2022 — ‘temos um mito da liberdade, Elon Musk'”, disse o ex-presidente.

A referência ao empresário acontece após ele ser alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal, por ter ameaçado descumprir a determinação da Corte de manter bloqueadas contas no X. 

A investigação tem como objetivo verificar a existência de milícias digitais, como já apontado pela PF.

“Acusam, agora, o homem mais rico do mundo. O homem que nasceu na África do Sul, que foi naturalizado americano, que é dono de uma plataforma cujo objetivo dele é fazer com que o mundo todo seja livre”, completou.

Bolsonaro ainda pediu aos participantes da manifestação que aplaudissem o dono do X por “ter a coragem de mostrar para onde vai a democracia no Brasil e quanta liberdade já foi perdida”.

Investigados pela Polícia Federal e pelo STF pela suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, Bolsonaro voltou a repetir parte do discurso feito na Avenida Paulista (SP) sobre a minuta do golpe e defesa do direito de expressão.

“Nós nunca jogamos fora das quatro linhas”, afirmou. “Quando se fala em estado de sítio, é uma PROPOSTA que o presidente, dentro das suas atribuições constitucionais, pode submeter ao Parlamento brasileiro. O presidente não baixa decreto nenhum. Só baixa decreto depois que o Parlamento der sinal verde”.

Já ao final do discurso, Bolsonaro pediu anistia e minimizou os atos de 8 de Janeiro, quando mais de mil pessoas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. 

“A anistia é algo que sempre existiu na história do Brasil. Ninguém tentou, por meio de armas, tomar o poder em Brasília”, afirmou. “Não queiram condenar um número absurdo de pessoas porque alguns erraram invadindo e depredando o patrimônio, como se fossem terroristas, como se fossem golpistas”.

Eleições municipais

O ex-presidente aproveitou o ato em Copacabana para dar palanque aos seus aliados pré-candidatos à prefeito pelo PL. 

Na ocasião, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro também falou sobre a disputa municipal, segundo ela, a capital fluminense precisa de “gente que tenha um projeto de prosperidade para o Rio de Janeiro e não de projeto de poder”.

“É ano decisivo para o Rio de Janeiro, que vocês possam escolher bem os seus candidatos. Porque nós precisamos de uma política nova. Precisamos de gente de bem, que não vai aprisionar o seu povo”, disse.

Posteriormente, Bolsonaro chamou os políticos para tirar uma foto em frente ao trio, como por exemplo, o deputado Alexandre Ramagem, que deve ser o candidato de aliado à prefeitura do Rio.

O pré-candidato do PL, em Belo Horizonte (MG), o deputado estadual Bruno Engler também estava entre os que foram exibidos pelo ex-presidente. Assim como o deputado federal Gustavo Gayer, pré-candidato da sigla em Goiânia e o deputado federal Filipe Barros, que deve disputar a prefeitura de Londrina (PR).

O governador do Rio, Claudio Castro, também compareceu e teve o braço erguido por Bolsonaro, mas não discursou, diferente do previsto. 

Também esteve presente o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, e a ausência mais notada foi a do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), mas que ainda sim ganhou cumprimentos do ex-presidente.

O ato foi organizado pelo pastor Silas Malafaia, que protagonizou os ataques ao ministro Alexandre de Moraes. Além disso, o evento foi financiado por uma vaquinha organizada pelo deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que levantou 125 mil reais, doados por 25 parlamentares para custear o aluguel dos trios elétricos e outras despesas.

Ainda não há estimativas de quantas pessoas estiveram presentes no evento. 

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