Política

Em SP, cada voto custou 95 centavos a Doria

Tucano teve o segundo melhor ‘custo-benefício’ na relação doação-voto entre os milionários eleitos que se autofinanciaram

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O prefeito eleito de São Paulo, João Doria Júnior (PSDB), confirmou a expectativa para a primeira eleição sem doação de empresas: os candidatos milionários financiaram em larga escala as próprias campanhas. Entre os milionários eleitos que investiram pesadamente em si próprios, Doria foi o segundo que menos gastou por voto. O tucano desembolsou módicos 95 centavos de real por cada um dos 3.085.187 sufrágios recebidos neste domingo 2.

O valor foi calculado por CartaCapital com base na doação feita pelo próprio candidato. O tucano eleito em primeiro turno na capital paulista autofinanciou sua campanha com 2,93 milhões de reais. Esse valor pode subir conforme os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) forem atualizados.

Neste grupo de milionários, o ‘custo-benefício’ do financiamento por cada voto só foi maior que o do prefeito reeleito em Praia Grande, Mourão (PSDB), que declarou fortuna de 23,3 milhões de reais e doou 30 mil à sua candidatura. O tucano do litoral paulista desembolsou 29 centavos de real por cada um dos 102.073 votos recebidos.


O empresário do agronegócio Flori Binotti (PSD) foi eleito prefeito de Lucas do Rio Verde (MT) desembolsando 138,81 reais do próprio bolso por cada um dos 14.408 votos recebidos. Dono de uma fortuna de 34 milhões, Binotti colocou 2 milhões na disputa numa das principais cidades do agronegócio brasileiro. 

O empenho de Binotti fez com que conseguisse derrotar o atual prefeito, Otaviano Pivetta (PSB), cuja fortuna declarada ao TSE supera 359,6 milhões de reais. O prefeito, contudo, maneirou no autofinanciamento: repassou 1,14 milhão a si próprio.

 

O prefeito reeleito de Palmas (TO), Carlos Amastha (PSB), é outro dos milionários que apostaram alto. Ele retirou 3,3 milhões de reais da fortuna de 21 milhões para financiar seu projeto político. Ele financiou 89% da campanha na principal cidade do Tocantins, onde não há segundo turno devido ao número de eleitores ser menor de 200 mil pessoas. Único estrangeiro à frente de uma capital brasileira, o colombiano Amastha colocou 48,08 reais por cada um dos 68.634 votos para garantir a vitória.

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