Política

Freixo no segundo turno dá fôlego para a esquerda

PSOL também vai disputar a Prefeitura de Belém; em crise, PT conquistou Rio Branco e segue na corrida eleitoral no Recife

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Se a esquerda respira neste domingo 2, muito disso se deve aos candidatos do PSOL Marcelo Freixo e Edmilson Rodrigues, que vão disputar o segundo turno das eleições municipais no Rio de Janeiro e em Belém, respectivamente.

Freixo, que é deputado estadual e obteve 18,26% dos votos válidos, vai enfrentar nas urnas o ex-ministro de Dilma Marcelo Crivella (PRB), que alcançou 27,78% dos votos e é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus.

“Derrotamos o PMDB em homenagem à democracia brasileira. É a resposta a um partido golpista”, disse Freixo em seu discurso após a confirmação do resultado, referindo-se ao impeachment de Dilma Rousseff, que conduziu Michel Temer (PMDB) à Presidência da República.

Com um dos programas eleitorais mais curtos desta eleição (apenas 11 segundos no rádio e na TV), Freixo desbancou seu principal adversário, Pedro Paulo (PMDB), que tinha a máquina a seu favor: candidato do atual prefeito Eduardo Paes (PMDB), o peemedebista obteve 16,12% dos votos válidos.

Para o cientista político Claudio Couto, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), que esteve ao vivo no estúdio CartaCapital, a candidatura do PSOL soube explorar os novos recursos. “A campanha do Freixo se deu, sobretudo, pelas mídias sociais e na rua. Existe no País uma brecha para campanhas que se fortalecem fora desses meios tradicionais de rádio e TV”, disse.

Couto afirma que a eleição no Rio tem características muito particulares, visto que ambos os candidatos têm potencial para enfrentar forte resistência no segundo turno. “Por um lado, temos um candidato que não é da esquerda moderada, é do PSOL. Rompeu com o PT pela via da esquerda. Do outro lado temos um candidato com forte ligação a uma denominação religiosa”, disse o professor.

Grande defensor dos direitos humanos, Freixo deu aula em presídios como voluntário, na época em que cursava História. Como parlamentar, teve destaque na condução da CPI das Milícias e foi o candidato a deputado estadual mais votado em 2014, quando obteve 350 mil votos. Defende a formulação de uma nova política de drogas e a desmilitarização da Polícia Militar.

A derrota da esquerda em São Paulo foi acachapante. Com 53,29% dos votos, o tucano João Doria foi eleito no primeiro turno. O prefeito Fernando Haddad (PT), que concorria à reeleição, terminou com 16,7% dos votos.

A única vitória do PT em capitais foi em Rio Branco, onde o prefeito Marcus Alexandre (PT) foi reeleito com 54,8% dos votos. No Recife, o Partido dos Trabalhadores segue na corrida eleitoral com João Paulo, que obteve 23,76% dos votos e vai disputar o segundo turno com o prefeito Geraldo Júlio (PSB), que teve 49,34%.

Para Claudio Couto, o PSOL se beneficia com o vazio deixado pela crise do PT. “Outros partidos do campo da esquerda estão conseguindo ocupar um nicho que, até então, era do PT. Existe mercado eleitoral para isso”, afirmou o professor.

Belém

Em Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL) obteve 29,5% dos votos válidos e vai disputar o segundo turno com o atual prefeito, Zenaldo Coutinho (PSDB), que alcançou 31,02%. 

Ex-prefeito da capital paraense entre 1997 e 2005, Rodrigues iniciou sua vida política no PT, mas desfiliou-se do partido em 2005 e migrou para o PSOL. Como deputado federal, ele conseguiu colocar uma emenda na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2017, prevendo a auditoria da dívida pública.

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