Política
Jingle de Maluf ganha versão “Foi a Marta que fez”
“Se ela está copiando, quer dizer que o meu bordão estava certo”, afirma o ex-prefeito, que apoia o tucano João Doria
A candidata do PMDB à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, chega à reta decisiva do primeiro turno reeditando bordão famoso de um de seus principais oponentes políticos: o ex-prefeito Paulo Maluf (PP). Em vídeo publicado nas redes sociais da ex-petista, ela aparece dançando ao som do jingle “O bilhete único… Foi a Marta que fez… Vai e Volta e os CEUs… Foi a Marta que fez”.
A música de campanha da ex-petista remete ao “Foi Maluf que fez”, criado no final dos anos 1990. O ex-prefeito levou o ‘plágio’ na brincadeira. “Se ela está copiando, quer dizer que o meu bordão estava certo”, afirma à CartaCapital.
Maluf, contudo, diz que não apoia a ex-prefeita, rejeitada nas urnas em 2004 e 2008. “Ela já foi derrotada duas vezes. Então, não tem porque voltar em 2016. O povo não gostou da administração dela”, alfineta.
Vejo muita energia positiva nas ruas e isso me dá confiança. Conto com seu apoio pra chegar ao 2° turno! #VoteMarta15 pic.twitter.com/t9GrNXBHtO
— Marta (@Marta_Prefeita) 27 de setembro de 2016
Em 1998, o agora deputado federal disputava o governo do estado e lançou um jingle de campanha listando obras realizadas quando havia sido governador paulista nomeado pela Ditadura Militar (1979-1982) e como prefeito por duas vezes (1969-71 e 1993-96).
Parecia improvável o sucesso de uma música reunindo nomes complicados de avenidas e viadutos, como Avanhandava e Austregésilo. Em 1998 não havia internet e expressões como ‘viralizar’ se restringiam ao ambiente hospitalar, mas o bordão grudou feito chiclete.
O jingle ajudou Maluf a ir como primeiro colocado para o segundo turno, contra o governador Mário Covas (PSDB), que acabou reeleito.
Marta disputou aquela eleição. Foi sua primeira disputa majoritária. Ela ameaçou desbancar caciques tradicionais da política paulista, como Orestes Quércia (PMDB) e o próprio Maluf. A então deputada federal pelo PT foi a terceira colocada. Covas passou à sua frente por menos de meio ponto percentual.
Apoio ao tucano em 2016
Atualmente, o PP de Maluf integra a chapa de João Doria (PSDB), o que levou o Ministério Público a pedir a cassação do registro de candidatura do tucano junto à Justiça Eleitoral. O MP acusa o governador Geraldo Alckmin de favorecer Doria ao ceder a secretaria estadual de Meio Ambiente para firmar a aliança com o PP.
Maluf diz ter se mantido neutro até o momento na disputa municipal. Agora, porém, promete votar em João Doria (PSDB), apontado por ele como “o único candidato que está apresentando alguma coisa”.
O deputado elogia o prefeito em reeleição Fernando Haddad (PT), ao qual se aliou em 2012. Mas indica que a baixa popularidade pesou para se afastar do palaque do petista em 2016. “O Fernando Haddad eu posso garantir que é um rapaz correto. Ele acabou com a corrupção na prefeitura. E tenho todas as informações de que ele intrinsecamente é um homem correto. Mas ele é um correto que não agradou a população”, avalia.
Já Celso Russomanno (PRB), aliado de Maluf em outros tempos, é visto agora como candidato “sem programa” eleitoral. “O programa dele é tipo o que ele fazia lá na (televisão) Record, de defesa do consumidor. Se bem que aquilo era muito mais show do que defesa do consumidor”, compara.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.