Economia

IBGE: Trabalho informal reduz o desemprego para 12,8% em julho

Total de pessoas em busca de trabalho caiu 5,1%, mas número de empregos formais ficou estável. Na comparação com 2016, desemprego segue em alta

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O desemprego no trimestre encerrado em julho atingiu 12,8%, queda em relação aos 13,6% registrados no trimestre que acabou em abril. Isso significa que neste período mais de 1,4 milhão de brasileiros saíram da fila do desemprego. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Mensal, divulgada nesta quinta-feira 31 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, porém, o postos de trabalho foram gerados, em sua maioria, na informalidade. O aumento aconteceu, principalmente, entre os empregados sem carteira assinada (mais 468 mil pessoas) e os trabalhadores por conta própria (mais 351 mil pessoas). Já a população com carteira assinada manteve-se estável (33,3 milhões).

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Embora por meio de postos de trabalho informais, o total de trabalhadores em busca de uma colocação caiu 5,1%, para 13,3 milhões de pessoas e a população ocupada atingiu 90,7 milhões de pessoas.

Na comparação anual, porém, a taxa de desemprego se mantém acima da apresentada no mesmo trimestre de 2016 (11,6%) e o número de empregados com carteira assinada caiu 2,9%, passando de 34,3 milhões para 33,3 milhões de pessoas.

O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, ressalta que nesse tipo de comparação também é possível observar a tendência à informalidade no mercado de trabalho. Segundo o pesquisador, o aumento de 15,2% no número de pessoas trabalhando com alimentação é um dos indícios.

“Em um ano, o grupamento alojamento e alimentação teve um aumento de 683 mil pessoas. Esse acréscimo foi, mais especificamente, relacionado à alimentação. Esse é um grupamento voltado, principalmente, às pessoas que, para fugir da desocupação, estão fazendo comida em casa e vendendo na rua”, explica.

Rendimento

A pesquisa mostrou, também, que a massa de rendimento recebida por toda a população ocupada subiu 1,3%, passando de 183,6 bilhões de reais para 186,1 bilhões de reais. Para Azeredo, esse aumento é positivo para a economia do país.

“Essa massa de rendimento de trabalho maior movimenta a economia, pois você vai ter mais pessoas consumindo e, com isso, o mercado de trabalho pode entrar em um processo virtuoso, diferente do que a gente viu nos meses anteriores”, comenta.

O mesmo comportamento não foi verificado no rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas, estimado em 2,106 mil reais no trimestre de maio a julho de 2017. O valor é estável em relação ao trimestre de fevereiro a abril de 2017 (R$ 2.111) e também ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.045).

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