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Macron rompe fronteiras partidárias ao compor novo governo

Presidente mistura nomes conhecidos da política com personalidade da sociedade civil. Metade dos ministérios será ocupada por mulheres.

A França de Macron está incomodada (Foto: AFP)
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O presidente francês, Emmanuel Macron, apresentou na quarta-feira 17 o seu primeiro governo, composto por 22 ministros, metade homens, metade mulheres, e que mistura nomes conhecidos da política com personalidade da sociedade civil e inclui conservadores, centristas e socialistas. O novo gabinete também cumpre a promessa de campanha de ser menor que os anteriores.

Três ministros de Estado com status superior aos demais encabeçam o primeiro governo do novo presidente. São eles os do Interior, Gérard Collomb (na prática o número dois, atrás apenas do primeiro-ministro Edouard Philippe), da Ecologia, Nicolas Hulot, e da Justiça, François Bayrou. Tanto Collomb como Bayrou foram figuras centrais na campanha eleitoral.

Outros nomes são o conservador Bruno Le Maire, que vai se ocupar da Economia, o sarkozista Gerald Darmanin, novo ministro da Fazenda, e o socialista Jean-Yves Le Drian, que troca a Defesa pelo Ministério da Europa e das Relações Exteriores.

Collomb, que está perto de completar 70 anos, vai se ocupar da pasta do Interior num país em estado de emergência por causa de atentados terroristas que causaram a morte de quase 240 pessoas desde 2015. Como prefeito de Lyon, ele defendeu a cooperação entre os partidos no governo da cidade.

Collomb foi a primeira figura de peso da política francesa a apoiar Macron e um dos quatro membros do círculo próximo do presidente a entrar no governo, ao lado de Sylvie Goulard, de 52 anos, segunda ministra da Defesa na história do país, Richard Ferrand, titular da Coesão Territorial, e Mounir Mahjoubi, secretário de Estado da Economia Digital.

O ambientalista Hulot, de 62 anos, figura conhecida do movimento verde, chega ao Executivo depois de ter dito não a presidentes anteriores e o faz como número três do governo. Ele é tido como pragmático e serviu como conselheiro de governos anteriores, tanto da direita como da esquerda.

Já Le Drian, de 69 anos, é um amigo de velho data do ex-presidente François Hollande e foi um raro ministro popular no governo altamente impopular de Hollande. Ele é um peso-pesado da política, principalmente se comparado a alguns de seus colegas de gabinete. A decisão de colocar Goulard, uma especialista em assuntos europeus, na pasta antes ocupada por Le Drian enfatiza o viés europeu do governo de Macron.

Le Maire, de 48 anos, é um reformista, também com profundo conhecimento de Europa e árduo defensor das relações franco-alemãs. Ele se distanciou de seu partido, Os Republicanos, depois do escândalo envolvendo o candidato François Fillon e tem defendido o apoio da direita francesa a Macron para impedir o avanço da extrema direita.

Fiel a seu compromisso de campanha, Macron nomeou também várias personalidades da sociedade civil, como os titulares da Saúde, Agnès Buzyn, até agora presidente da Alta Autoridade para a Saúde, do Trabalho, Muriel Penicaud, até agora encarregada da promoção exterior da economia francesa, do Esporte, a campeã olímpica de esgrima Laura Flessel, e da Cultura, a editora de livros Françoise Nyssen.

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